Para entendermos o processo de filtragem biológica precisamos entender o que acontece em uma água sem filtragem, parada e com material orgânico em decomposição e o que esse processo químico biológico resulta.
Portanto, também é preciso saber a respeito do CICLO DO NITROGÊNIO e do CICLO DO FOSFATO.
Mais para frente faremos 2 posts explicando cada um deles.
Principais moléculas para a causa da eutrofização (crescimento sem controle de algas) de corpos d´água:
- Nitrito
- Nitrato
- Fosfato
Uma grande concentração de nitrogênio na água, seja no formato de nitrito e nitrato ou, até mesmo, de amônia ou amônio, pode ser considerado como “alimento” para o grande e rápido desenvolvimento das algas ocasionando visivelmente um “boom” de algas dentro de um corpo d´água.
Este “boom” de algas tem grande prejuízo para os peixes, pois consomem o oxigênio da água, principalmente à noite (fase escura da fotossíntese), e podem matá-los por sufocamento (hipóxia – baixa concentração de oxigênio na água). Temos também a redução da transparência da água, presença de odor, substâncias tóxicas que podem ser eliminadas por algumas espécies de algas, entre outros.
Principais fontes de amônia, e consequentemente de nitrito e nitrato, nos tanques de cultivo de peixes e camarões. Fonte: Panorama da Aquicultura, vol. 27, n.164.
Já o fosfato, quando presente na água em grandes concentrações, é o principal responsável por causar um desequilíbrio biológico chamado de eutrofização.
Desta forma, o fosfato acaba tornando-se “alimento” para a flora aquática causando uma exagerada proliferação tanto das algas microscópicas unicelulares – que tornam a coluna d´água do lago esverdeada – quanto das macrófitas – que são as plantas adaptadas na superfície da água como, por exemplo, a taboa, vitória-régia, alface d´água, aguapé, etc.
A proliferação das macrófitas é simples de resolver, apenas removendo alguns exemplares manualmente. Entretanto, a proliferação das algas unicelulares irá diminuir a concentração de oxigênio durante a noite, quando as algas inspiram oxigênio e expiram gás carbônico (fase escura da fotossíntese), assim como os peixes.
Filtro de Alvenaria para Lago Ornamental construído pela Oficina do Peixe
Eliminação de Detritos
Então, filtrar biologicamente a água de um lago ornamental consiste no processo de eliminar detritos, moléculas nitrificantes (nitritos, nitratos, amônia, fosfato, entre outros) ao mesmo tempo que se garante uma adequada oxigenação e circulação da água por todo o lago de forma a evitar pontos mortos e acúmulo de dejetos.
O processo de filtragem biológica é feito por qualquer elemento poroso já que as bactérias desnitrificantes se fixam nesses espaços onde não existe oxigênio em abundância.
Dessa forma, em um corpo d´água natural todo seu perfil (pedras da borda, cascalho do fundo, decorações submersas) propicia em maior ou menor capacidade a fixação dessas bactérias.
No entanto, mídias específicas são importantes pois conseguem fornecer, devido a natureza de sua fabricação, áreas enormes de colonização em pequenos espaços.
Quer saber mais sobre os 6 tipos de filtragem? Clique aqui e venha conferir o post que fizemos
Até o próximo post!
Adriano Hummel – Oficina do Peixe
Logo da Empresa Oficina do Peixe especializada em Lagos Ornamentais